terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Fire

Talvez eu realmente goste de brincar com fogo. Tudo bem que muitos podem achar insanidade, irresponsabilidade, inconseqüência. Mas o sentimento de poder que se tem é algo incomparável, o poder de deixar saltar entre os dedos algo tão fantástico, o deslumbrante brilho incandescente da brasa que lhe rola na palma da mão, que lhe toca a palma da mão, que lhe queima a palma da mão. E talvez esteja ai o mais lindo de todo esse devaneio masoquista: a dor que lhe fica. Afinal, é a dor quem acaba restando, é a dor que lhe acaba por fazer companhia, é a dor que lhe realmente ensina que o que pode dar certo às vezes simplesmente passa por despercebido, mas o que dá errado... Ah o que dá errado machuca, e não é simplesmente imperceptível, deixa uma marca, e o que é a vida se não um complexo de marcas que se explicam e se contradizem. Mas no final de tudo isso por que não simplesmente nos permitir o fascínio do fogo, o aconchego do calor, a comprovação de estar vivo da dor ate que não haja mais o que se possa fazer para evitar o inevitável: tornar-se chama. E com brasa, brilhar. E como calor, aquecer. E como fogo, tragar e consumir tudo o que venha a tocar. Definitivamente, isso é o que importa.

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