segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Aos meus preconceituosos cegos!


Amigo diário, perguntaram-me hoje se eu era preconceituoso. Disse que não é claro, na minha posição, é quase que absurdo mostrar-me dotado desse ponto de vista. Não quis fazer-me arcaico, mas naturalmente me aflige esta moléstia que não faz vista grossa a ninguém. Gostaria de saber de onde advém esse princípio humano, que significa conceito pré-estabelecido já é sabido, mas onde nasce essa mania de separar, rotular pessoas? Boas, más, brancas, negras, gays, heterossexuais, altas, polacas, “negrinhas” são tantas as etiquetas que nem me convém prosseguir enumerando-as. Parece que dispomos as pessoas em enormes corredores de prateleiras como em um supermercado qualquer, todas lá, paradas, rotuladas enquanto passamos a escolhê-las pela embalagem e as tomamos quando as julgamos convenientes às nossas vidinhas medíocres. O inconveniente é que também acabamos por ser rotulados. Acho que isso faz parte do nosso lado animal, com peixes em um aquário rejeitando seus diferentes. Justo nós, que não nos subjugamos tão facilmente a essa inaceitável condição animalesca. Peco ainda, displicente diário, por não dizer-me preconceituoso, visto que me visto de mais um preconceito: o de ser preconceituoso. Porque, de fato, somos preconceituosos até ao escolher ovos para um mexido: queremos os ovos mais vistosos, grandes e limpos, na confiança de não estarem podres. O fato é, querido diário, que há vários ovos podres por aí e que só os percebemos ao nos depararmos com as mãos imundas e fétidas. Penso que já será tarde de mais.

2 comentários:

  1. mto bommm....
    axcelente modo de ver o mundo... a sociedade....
    de modo a ter a audacia de se auto criticar e assumir o fardo de ser preconceituoso...
    fardo esse q todos temos mais sempre o carregamos dentro da mochila, bolsa... sempre escondido...
    pra flar a verdade... o primeiro passo pra nos livrarmos dele (se eh q tal façanha eh possivel), eh aceitar q o possuimos!!!
    sucesso...
    xD

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  2. estereótipo canalizando a sociedade.
    necessitamos de um olhar externo para entender bem a relação interpessoal e seu congestionamento de conceitos.
    achei interessante o modo que abordou a temática,to te seguindo.
    abraço

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