“Parabéns pra você, nesta data querida, muitas felicidades, muitos anos
de vida...” e mesmo que os anos não cheguem a ser tantos assim e que raras
também sejam as felicidades, mas que sejam simplesmente intensos, nem bons nem
ruins, mas simplesmente como tenham que ser. Que os dias que ainda virão
consigam ser muito mais do que se esperou que fossem os dias que acabaram por
serem os melhores dias das nossas vidas.
E nesse outro e insistente aniversário acho que tenho pouco a pedir,
pede-se pouco talvez quando se tenha muito. Mais amigos? Não creio, apenas que
os raros e verdadeiros se tornem eternos e que os que tenham que partir
simplesmente ruflem asas com a certeza de que consigo levam bem mais que um
pedaço que não pertence a eles. Mais amores? Nem mais, nem menos, apenas os que
conseguirem de fato fazer com que você queira que haja tempo o suficiente
quando o realmente não há. Mais dinheiro? Talvez, mas lembrando que a falta
dele te faz rir na cara da vida e provar que as vezes vale bem mais a
criatividade. Mais sorrisos? Isso sim, mas que sejam intercalados por lágrimas,
porque eles são muito mais lindos quando úmidos, e mais valorosos quando
arrancados do meio da ferida. Menos inimigos? Certamente que não, eles são a
prova prática de tudo o que se aprendeu com os conselhos que ganhou ao longo
dos longos dias. Menos erros? Que sejam vários ainda, porém não os mesmos,
afinal de contas sem eles você nunca aprenderá o que não fazer e errar
novamente é sinal de que nada adiantou. Menos dificuldades? Que elas consigam
ser cada vez mais numerosas e realmente difíceis, porque elas simplesmente
ficam muito bem na parede de troféus, e as derrotas sempre nos ensinam da forma
mais dura que poderíamos ter feito melhor. Mais tempo? E por fim acho que
apenas devo agradecer a todos os minutos que ficaram para trás, melhor, que
vieram comigo até aqui, porque a única coisa que se tem na vida são os minutos
que se teve, porque os que ainda não se viveu não são necessariamente nossos, e
pode ser que nunca sejam.
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