Sim, eu acho que posso me
arriscar a dizer que vai um pouco além, do já tão complexo, teorema amar e ser
amado. Obstinados nessa dicotomia básica em nossa procura por aquilo que seja o
mais parecido com nossas projeções do que é o amor, esquecemos de que a essa
operação somam-se, multiplicam-se, dividem-se outras tantas operações. Esquece-se
de subtrair as discordâncias e de elevar a altos expoentes de compreensão. Pior
ainda, deixa passar por despercebido um equilíbrio básico entre egos,
estabelecer um percentual exato de onde o meu eu termina e onde o outro começa,
evitando um duelo que quase sempre é fatal para ambos, porque nada mais
ameaçador que algo que por vias venha a aranhar nossos tão lustrosos e
perfeitos egos. Por fim acabamos por perceber que somos péssimos com números e
nos aventuramos com as palavras que parecem mais dóceis. Eu te amo. Simples e
objetivo. Eu te amo. Quer dizer exatamente o que diz. Eu te amo. Entretanto, pode
não dizer mais nada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário